Filósofo aponta
individualismo excessivo como forma de degradação do país
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Na palestra de
encerramento do segundo ciclo de debates do Fórum Senado Brasil 2012, na
quinta-feira (25), o filósofo Auterives Maciel Júnior apontou o
individualismo exacerbado como uma das principais formas de degradação do
país.
“Estamos deixando
morrer o espírito mestiço, heterogêneo que fez a nação. O Brasil pode se
tornar um canteiro de seres individualistas afirmou o professor da PUC-Rio, em palestra
intitulada Construção e
degradação do Brasil: quando o interesse se sobrepõe ao desejo”.
Auterives Maciel
explicou que os termos construção e degradação não devem ser pensados como
termos opostos que se referem à ascensão e depois decadência do Brasil, mas
sim como práticas que coexistem na sociedade. Segundo ele, o país se divide
em dois, um potente e empenhado em construir e outro que cria obstáculos ao
desejo coletivo.
Referindo-se às
práticas que levam à degradação do país, o filósofo destacou que na sociedade
brasileira atual existe um jogo de interesses permeando as relações pessoais.
Em sua análise, os indivíduos estão priorizando o capital e o mercado, em
detrimento das relações afetivas.
Auterives ressaltou a
necessidade de os brasileiros resgatarem o lado afetivo herdado dos índios e
negros e alertou para o perigo do individualismo se sobrepor à solidariedade.
“Talvez a gente tenha
se esquecido da nossa origem. Talvez a gente tenha se esquecido desse lado
nativo que sempre fez a diferença do Brasil no mundo e talvez o Brasil venha
a se transformar em um país de gângsteres e bandidos que só se interessam
pelo mercado”, disse.
Corrupção
Auterives lamentou a
presença da corrupção outra forma de
degradação do país em diversos estímulos
que o indivíduo recebe desde a infância. A prática, ressaltou, não está
presente somente nos altos níveis de poder, mas também nas relações de todos
os cidadãos, igualmente atores nas práticas de construção e degradação.
“Entendo que as
relações interpessoais refletem as autoridades que são eleitas como ideais da
nação”, destacou.
Indagado sobre o que
fazer para mudar a situação, o filósofo afirmou que é preciso convocar as
pessoas a fazer uma reflexão crítica pensando no outro e apontou o afeto como
sentimento essencial entre os seres humanos.
“Se a gente for capaz
de despertar no outro afeto e ideias que sejam benéficas talvez a gente
melhore o nosso modo de viver”, disse.
Fonte: Soraya Mendanha
- Agência Senado.
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Publicado
no: www.sintrafesc.org.br
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