quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O que derrubou nota do Brasil foi o golpe, não a Previdência Social

O que derrubou nota do Brasil foi o golpe, não a Previdência Social


Desesperado em aprovar a Reforma da Previdência, Governo Temer apela para o terrorismo e propaganda enganosa

Escrito por: Tatiana Melim • Publicado em: 16/01/2018 - 10:17 • Última modificação: 16/01/2018 - 11:04 

 Sem os votos necessários para aprovar a Reforma da Previdência, o governo ilegítimo e golpista de Michel Temer (MDB-SP), que pretende colocar a nova proposta na pauta da Câmara dos Deputados no dia 19 de fevereiro, recorre a todo e qualquer tipo de terrorismo e propaganda enganosa para tentar convencer a opinião pública de que o desmonte da Previdência é necessário para fazer o Brasil voltar a crescer.

Desde a semana passada, interlocutores do governo relacionam a aprovação da reforma ao rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, como se uma estivesse diretamente relacionada à outra. A estratégia, baseada no terrorismo e na mentira, quer vender à população uma falsa necessidade de reforma da Previdência, que retira direitos da classe trabalhadora e dos brasileiros mais pobres.

Além disso, o governo pretende produzir material impresso sobre a reforma da Previdência para distribuir em toda a cadeia de varejo do país, como farmácias e padarias, como parte de uma nova ofensiva de comunicação baseada em informações distorcidas e falsas, evidentes nas declarações feitas nesta segunda-feira (15) de que a nova Previdência não atingirá os mais pobres e que a reforma pretende combater privilégios.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o rebaixamento da nota é compreensível, mas está longe de ter qualquer relação com a reforma da Previdência. “Foi o golpe que derrubou a nota do Brasil”, sintetizou
.
Segundo ele, foram as crises política, econômica e institucional – consequência do golpe de Estado que retirou uma presidenta legítima do poder – e a falta de uma política econômica sólida, de um projeto de desenvolvimento sustentável, que resultaram no rebaixamento da nota. “Quem vai investir no Brasil com um presidente que sequer foi eleito? Qual investidor vai colocar o dinheiro no país com uma crise política sem precedentes, em que os poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) brigam entre si por protagonismo e interesses?”, questiona Vagner.

O economista e professor da Unicamp, Eduardo Fagnani, também criticou a relação descabida feita pelo governo entre a nota de rebaixamento e a reforma. Segundo ele, fazer essa relação é desprezar o conhecimento acadêmico acumulado no país ao longo de todos esses anos.

“É uma estratégia baseada no terror, no medo, não se sustenta. O governo não tem mais argumentos para defender essa reforma e se baseia no terrorismo econômico, demográfico e na propaganda enganosa”, critica o economista.


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