terça-feira, 4 de setembro de 2012

Servidores do Incra explicam por que continuam em greve

Servidores do Incra explicam por que continuam em greve por tempo indeterminado
     Os comandos nacional e estadual de greve do Incra produziram uma mensagem, assinada pelo Coletivo de Servidores do Incra/SC em greve, esclarecendo os motivos da continuidade do movimento, depois que 18 categorias da base da Condsef aceitaram assinar um acordo coletivo. Confira.


     POR QUE DELIBERAMOS PELA CONTINUIDADE DA GREVE? 

     Em primeiro lugar, resgatamos que após mais de 60 dias de greve, as três propostas salariais apresentadas sequer atenderam minimamente o compromisso assumido pelo próprio governo, de “aproximação” com a tabela do Ministério da Agricultura (Mapa).
     Conforme já enunciado pelo comando de greve nacional, os índices de aumento foram divididos em três anos e não observam a relação entre VB (Vencimento Básico) e gratificação conquistada em lutas anteriores. Além disso, cabe ressaltar que a última proposta sequer recompõe a expectativa de inflação até 2015, inclusive demonstrando  um retrocesso em relação ao PL 549, o qual foi amplamente rechaçado por todas as categorias do serviço público federal e organizações sindicais. 
     Além da concentração de aumento da remuneração na gratificação prejudicar os aposentados e pensionistas - que perdem 50% da gratificação ao passarem para inatividade - a proposta, se aceita, obrigaria aqueles que já possuem condições de aposentadoria a permanecerem por mais cinco anos, caso quisessem incorporar o referido “reajuste” a seus proventos de aposentadoria.
     Desse modo, considerando os argumentos divulgados pelo comando nacional, entendemos que a proposta além de não reverter a lógica das distorções salariais acabaria por aprofundá-las, na medida em que aumenta a diferenciação entre níveis superiores e intermediários, levando a uma clara divisão entre as categorias e níveis. 
     Neste sentido, a direção MDA/Incra transformou a pauta construída pelo coletivo dos servidores em mera “tabelinha salarial”. O governo, até o presente momento, furtou-se em discutir os reais problemas vivenciados pela instituição, desconsiderando inclusive os diagnósticos e propostas de reestruturação apresentados pela gestão anterior desta Autarquia, demonstrando assim, total desinteresse pelo fortalecimento da sua missão e seu reconhecimento perante a sociedade.     
     Em razão do acima exposto entendemos que:
     1) O prazo de negociação com o governo não se encerra em 31 de agosto do presente ano, já que a aprovação da Lei Orçamentária de 2013 se estende até o fim do ano de 2012.   
     2) A experiência do coletivo em greve em nível nacional demonstrou coesão e força ao rejeitar, pela grande maioria, as pífias propostas apresentadas pelo governo. 
     3) Voltar ao trabalho sem a garantia concreta do fortalecimento do Incra significa compactuar com a atual situação de desmanche da Autarquia, pois a mesma sequer possui condições para cumprir com as metas estabelecidas, tendo em vista o contingenciamento de recursos, evasão e desmotivação da força de trabalho. 
     4) A atual gestão do Incra/MDA, representada pelos Senhores Carlos Mário Guedes de Guedes e Gilberto Spier Vargas, demonstrou durante a greve completa inabilidade para intermediar o processo de negociação em curso ao adotar posturas “policialescas” e argumentos de autoridade, na tentativa de cortar salário de servidores em exercício de seu legítimo direito de greve e ameaçando recolher os recursos orçamentários e financeiros das superintendências que não efetivassem as medidas autoritárias recomendadas pela presidência. Portanto, acreditamos que nosso movimento necessita incorporar novas táticas/ações para enfrentar este novo cenário que vem se desenhando, através de:
     1) Intensificação de ações públicas de explicitação do quadro de desmanche que o atual governo impõe ao Incra/MDA e aos programas de reforma agrária. 
     2) Aprofundar o diálogo com os parlamentares e movimentos sociais, demonstrando os motivos que nos levaram a continuar em greve, bem como a necessidade de cobrança ao governo para a definição do futuro da Instituição e das políticas públicas que lhe foram atribuídas. Sendo assim, convidamos a todos os colegas a continuar firmes e confiantes na luta. 
     Fonte: Assincra/SC.
     Fonte: www.sintrafesc.org.br

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