quinta-feira, 30 de maio de 2019

Fim de ministérios marca novo processo de colonização no Brasil

Fim de ministérios marca novo processo de colonização no Brasil

Imagem: Loja de sapateiro, Jean-Baptiste Debret, século XIX

 Com articulação apertada, resistência do Congresso e tempo escasso, a Medida Provisória 870, que estabelece nova reestruturação ministerial, foi aprovada pelo Senado Federal na última terça-feira, 28. Com isso, os órgãos da Presidência foram oficialmente diminuídos de 29 para 22 pastas. Sem alteração do texto pelos senadores, que deixaram o Coaf longe do ministro Sérgio Moro e que cederam às pressões de indígenas e indigenistas para manter a estrutura da Funai intacta, a MP agora segue para sanção do presidente. Entre os órgãos extintos, destaca-se o Trabalho e a Cultura, centrais na execução de políticas de proteção de direitos e de identidades de todos os povos participantes da construção do Brasil.

Se o ministério do Trabalho existia com a função necessária de elaborar programas de defesa de direitos, de segurança trabalhista e de promoção da igualdade, sua extinção preocupa os servidores pelo iminete fim de políticas públicas conquistadas pela mobilização dos trabalhadores. Fazia parte do ministério do Trabalho a implementação da economia solidária, da geração de renda, da inserção de jovens no mercado de trabalho, de politicas de amparo ao desempregado e de combate ao trabalho escravo. O órgão foi criado na Era Vargas.

Com o fim da pasta, fica claro que não há política voltada para o trabalhador neste governo. O Secretário-adjunto de Assuntos Jurídicos da Condsef/Fenadsef, Rogério Expedito, analisa a decisão do governo como parte do pacote de políticas que visa diminuir cada vez mais a fiscalização do cumprimento dos direitos dos trabalhadores. Com isso, a exploração e o abuso dos trabalhadores ficam mais fáceis de serem executados, iniciando um novo processo de colonização e de escravização da classe trabalhadora. "Quem perde é a sociedade como um todo, que vai ficar desamparada, abandonada à própria sorte", comenta.

Leia mais: https://www.condsef.org.br/…/fim-ministerios-marca-novo-pro…

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