Governo vai 'enrolar' servidores públicos federais até agosto
O governo
vai esticar a corda até onde puder para manter sua estratégia de dar aos
servidores públicos somente o que for possível, sem comprometer o Orçamento de
2013. Segundo a equipe econômica, caso as reivindicações das categorias paradas
fossem atendidas, os gastos públicos com folhas de pagamento teriam impacto de
mais R$ 92,2 bilhões, valor que compreenderia as demandas do funcionalismo
civil e do militar. Os únicos pleitos que devem ser atendidos, porém, são os
dos setores de educação e saúde, o que desagrada boa parte dos demais
sindicalistas.
O Ministério do Planejamento, responsável pela negociação
com as categorias, permanece irredutível e só deve apresentar propostas no fim
de agosto. O secretário de Trabalho da pasta, Sérgio Mendonça, manteve quarta-feira
(4) a rotina de reuniões com as lideranças dos servidores. A reclamação, porém,
é de que ele não sinaliza soluções. Liderados pelo d eputado Paulo
Rubens(PDT/PB), técnicos administrativos das universidades federais
protocolaram dia 4 sua pauta de reivindicações. "É um ato político. Temos
feito isso todos os dias, só para pressionar o governo", disse Rubens.
A quarta-feira (4) foi movimentada para os servidores do
Executivo. Uma vigília foi iniciada por representantes da Federação dos
Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra)
em frente ao prédio onde fica a Secretaria do Ministério do Planejamento. Em 22
estados e no Distrito Federal, os cerca de 350 mil servidores que estão de
braços cruzados segundo dados da Confederação dos Trabalhadores no Serviço
Público Federal (Condsef) promoveram manifestações do Dia Nacional de Lutas.
Representantes dos trabalhadores sem
terras e assentados uniram-se a servidores dos órgãos da agricultura em
Brasília para defender o fortalecimento da política de segurança alimentar dos
brasileiros. A manifestação teve ainda a participação de servidores do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA) e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Parte do quadro do próprio
Ministério do Planejamento e funcionários do Arquivo Nacional aderiram ao
movimento grevista. A Polícia Militar estima que cerca de 400 pessoas
participaram dos protestos na Esplanada ontem.
Mais adesões
"Os órgãos vinculados ao Ministério da Cultura, à Imprensa Nacional e às agências reguladoras devem engrossar o movimento", garante Sérgio Ronaldo da Silva, da Condsef. As agências iniciaram quarta-feira (4) uma operação-padrão que deve se estender até 16 de julho, quando será decidido se haverá uma paralisação total.
"Os órgãos vinculados ao Ministério da Cultura, à Imprensa Nacional e às agências reguladoras devem engrossar o movimento", garante Sérgio Ronaldo da Silva, da Condsef. As agências iniciaram quarta-feira (4) uma operação-padrão que deve se estender até 16 de julho, quando será decidido se haverá uma paralisação total.
O presidente da Associação Nacional
dos Servidores Efetivos das Agências Reguladoras Federais (Aner), Paulo Mendes,
disse que a categoria reivindica correção salarial e também exigência de nível
superior para os concursos que forem abertos. Quinta-feira (5), estiveram em
negociação o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro)
e o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).
Fiscalização prejudicada
De acordo com o presidente do Sinagencias, João Maria Medeiros, no lugar dos
cerca de 30 processos analisados por semana, as agências se limitarão a menos
da metade do quantitativo. O movimento é mais forte no Rio Grande do Sul, onde
a operação realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
deve prejudicar a fiscalização de aeroportos e portos e da fronteira.
Fonte: www.sintrafesc.org.br
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